Com gostinho de quero mais, Irã se despede da Copa de 2018
O gostinho de quero mais não fica limitado aos jogadores e comissão técnica, que conseguiram fazer partidas de qualidade mesmo em um grupo do qual já estavam fadados a se despedir ainda na primeira fase. Junto com Espanha e Portugal, entre as favoritas, e Marrocos, que também fez sua parte na Copa, o Irã se despede de um momento histórico além do campo: nas arquibancadas as mulheres iranianas puderam acompanhar a seleção de seu país.
Apesar do fato já ter chamado a atenção em 2014, quando a confederação iraniana proibiu os jogadores de fazerem fotos com as torcedoras, em 2018 o fato ganhou a mídia, chegando a ter um apelo do presidente da FIFA ao governo iraniano, que na partida contra a Espanha autorizou as mulheres a entrarem no estádio onde foi transmitido o jogo em um telão para a população. Dessa vez, o capitão da seleção também falou sobre esse episódio:
“Eu também gosto de ver as mulheres iranianas nos estádios. O que aconteceu ontem foi um grande passo para a liberação das mulheres nos estádios”.
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
Despedidas a parte, nesta segunda-feira (25), o jogo contra Portugal marcou o fim da trajetória do Irã na Copa. Um jogo que depois de um lance aos 3 minutos de risco para o goleiro iraniano, apenas aos 27 houve um novo perigo de gol. Já aos 45 minutos do primeiro tempo, o gol saiu, mas para Portugal, com um golaço de Quaresma — uma pintura!
No segundo tempo, aos 8 minutos Cristiano Ronaldo perde um pênalti e a esperança volta a reinar entre os iranianos. Porém, o gol só saiu no finalzinho, assim como na partida de estreia contra o Marrocos. De pênalti, aos 48 finais, Ansarifard marca o gol que deixa o Irã com 4 pontos no grupo B da Copa de 2018. Lembrando que as favoritas passaram para a próxima fase com 5 pontos cada.
Foto: REUTERS/Matthew Childs
Na noite anterior ao jogo, alá libertadores, os torcedores iranianos foram até o hotel em que a comissão portuguesa estava hospedada e usaram da estratégia que vemos muito em jogos aqui na América Latina, cantar, buzinar e fazer muito barulho no intuito de atrapalhar o sono do adversário. E eles ainda tiveram uma pitadinha de Cristiano Ronaldo, que saiu na janela para pedir que eles não fizessem aquilo porque o craque queria dormir!
Foto: REUTERS/Matthew Childs
Foi por tão pouco, um gol perdido e o apito final estampavam os rostos de decepção dos jogadores e da torcida iraniana. Uma seleção desacreditada que chegou quase lá. Valeu, Irã. Até a próxima Copa. E que seja com uma nova história para contar sobre a presença das mulheres nos estádios!
Por Anna Gabriela
Pelas mulheres no futebol.