DAS ALTEROSAS SOU MINEIRO… MINAS GERAIS NOSSO TERREIRO

 

 

Foto: Redes Sociais/Atlético 


 

Saudações Atleticanas,

 

Chegamos ao 113º aniversário do Atlético. Em um ano atípico fiquei me perguntando como seria escrever algo que estivesse à altura do nosso time, mas antes de tudo preciso apresentar a história de criação do nosso aniversariante.

 

O tradicional clube mineiro, foi criado no dia 25 de março no ano de 1908 e foi criado por um grupo de jovens estudantes em um simples coreto do Parque Municipal em Belo Horizonte.

 

Aos fundadores: Aleixanor Alves Pereira, Antônio Antunes Filho, Augusto Soares, Benjamim Moss Filho, Carlos Maciel, Eurico Catão, Francisco Monteiro, Hugo Fracarolli, Humberto Moreira, Horácio Machado, João Barbosa Sobrinho, Jorge Dias Pena, José Soares Alves, Júlio Menezes Mello, Leônidas Fulgêncio, Margival Mendes Leal, Mário Neves, Mário Lott, Mário Toledo, Mauro Brochado, Raul Fracarolli e Sinval Moreira.

 

O meu muito obrigado.

 

Não posso esquecer de agradecer à uma grande torcedora atleticana, afinal é graças a ela que hoje eu posso torcer e demonstrar o meu amor pelo Galo. Dona Alice Neves, mãe de um dos fundadores (Mário Neves), foi responsável por criar os primeiros uniformes, a primeira bandeira e também por criar a primeira torcida feminina. 

 

Eram tempos diferentes, desde aquele 1920 para os dias de hoje. Tempos de opressão e submissão faziam parte da sociedade, e uma mulher teve a ousadia de criar uma torcida em meio à uma sociedade machista. Primeiro exemplo de ousadia e de espírito atleticano, espírito esse que não nos permite desistir nunca. 

 

Dona Alice Neves mostrou que quem acha que MULHER não pode fazer parte do FUTEBOL, boa pessoa não é. Eita orgulho de além de ser mineira ser uma grande atleticana, sei que aonde quer que Dona Alice esteja ela estaria orgulhosa de ver tantas mulheres presentes nos Estádios nos dias atuais.

 

Tanto tempo passou de lá para cá, tanta coisa mudou, porém não podemos negar que o amor para o Galo continua muito mais vivo do que antes, deixando o passado para trás e focaremos agora no presente e futuro da história que ainda continua sendo escrita. 


 

Foto: Pedro Souza/Atlético 

 

Em tempos de pandemia fiquei me perguntando o que fazer para trazer a MASSA ATLETICANA para o meu texto, poderia focar somente em mim, mas vocês já estão fartos de ler a minha opinião, decidi então lançar uma simples pergunta nas minhas redes sociais e alguns grupos que participo, a pergunta era a seguinte: "O que o Atlético é na sua vida? O que ele representa para você?"

 

Pergunta fácil e difícil para responder, recebi muitas respostas, algumas me emocionaram, outras foram curtas e objetivas. Confira abaixo alguns desses relatos.

 

Laércio, atleticano de Ipatinga, me descreveu o Atlético da seguinte forma:

 

"Pra mim é o domingo mais feliz, acordo pensando hoje tem galo é muita emoção falar do meu galo é gostoso ser galo" 

 

Já a torcedora Beatriz Cardoso foi curta e objetiva, e me disse as seguintes palavras: "Amor, além da vida."

 

Foto: Arquivo Pessoal/Beatriz Cardoso

 

Para muitos torcedores, não necessariamente atleticanos, um time de futebol é tratado como se fosse um membro da família, costumo dizer que o seu time é o seu irmão mais novo, vive fazendo raiva, mas mesmo assim não abandona.

 

João Batista Ramos, torcedor da cidade de Nova Serrana, compartilha dessa mesma opinião, e me disse o seguinte: 

 

"Paixão Inexplicável, sou tão atleticano que parece que o Atlético é uma pessoa  da família, que muitas vezes nos fazem raiva mas a gente ama. Não sei o que seria de mim se não houvesse o Clube Atlético Mineiro pois ele faz parte da minha vida"

 

O grande jornalista e escritor mineiro Roberto Drummond, criador da frase tão conhecida no meio atleticano costumava dizer: "Se houver uma camisa branca e preta pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento"

 

Eu vejo o futebol como uma terapia para tantos outros problemas. Quando chego no estádio eu desligo de tudo, esqueço que existe algo que me magoa me recuso a sofrer por algo que não seja o meu time, pelo menos naquele momento só ele me basta. 

 

Estamos vivendo dias sombrios, não está sendo fácil e diante disso, a minha amiga, torcedora e colunista atleticana Camilla Reis descreveu com maestria o que o nosso alvinegro é: 

 

"É a vida !! É o sentido de viver. A razão de acordar todos os dias e sair para a luta , é acreditar que dias melhores virão ! Ser Galo é resistir e sonhar acordado enquanto se luta" 

 

Foto: Arquivo Pessoal/@c.a.m.illa

 

Nós torcedores passamos por diversas situações ligadas à emoções, seja na final de um título decisivo, num pênalti perdido ou simplesmente naquele gol nos minutos finais de acréscimo. Dois torcedores descreveram simplesmente o Galo e as emoções transmitidas.

 

Tiago Oliveira - Brasília 

 

"O Atlético pra mim é uma caixa de emoções dentro do coração. Raiva, esperança, euforia, felicidade... Atlético é vida!"

 

Aline Figueiredo - Monte Azul 

 

"Ser Atleticano, é sofrer antes, durante e depois de cada jogo,  mas mesmo assim o amor ao time só aumenta, é brigar, gritar e vibrar com tanta emoção,  que contagia todos aqueles que ali estejam. Em dias de jogo, tudo é diferente,  são muitas expectativas, torcer para o Atlético me faz muito bem,  mesmo perdendo estou ali torcendo, o coração do atleticano é muito mais resistente,  pois cada jogo é uma prova disso.

Se tem uma coisa da qual sempre vou me orgulhar é poder dizer em alto e bom som,  eu sou ATLETICANA."

 

Independente de ser da capital ou interior, o atleticano já  nasce com as cores preto&branco tatuadas no corpo. 

 

Segundo o Adailson Lares, de Belo Horizonte, ser atleticano é "Simplesmente inexplicável, quem é dessa religião, já nasce, graças a DEUS  já nasci galo doido e tenho muito orgulho em dizer que o  alvinegro é a minha segunda pele, oooooooo o galo é meu amor!!!!"

 

O torcedor Anderson Pereira compartilha da mesma opinião: "O galo faz parte da minha vida Atleticano já Nasce, ele não vira"

 

Tem aqueles torcedores que não nasceram atleticanos, porém, no decorrer do tempo começaram a simpatizar com o time o que também está tudo ok, nascendo ou não, o que importa é o amor. Isso foi o que aconteceu com a torcedora Helena Conceição da cidade de Itabira no interior mineiro. "Ser atleticana é  algo que não  se explica. Me apaixonei pelo galo aos 14 anos. Até então  não me interessava por futebol e um dia fui passear na casa da minha tia eles estavam  assistindo um jogo entre atlético e cruzeiro, o galo tava perdendo e eu vi que todos torciam pro cruzeiro e assim eu comecei a gostar do galo e tomei ranço pelo rival. Na alegria ou na tristeza, na vitória ou na derrota, eternamente galo."

 

Por ironia do destino ou simplesmente uma felicidade imensurável tem aqueles torcedores que são os privilegiados de nascerem na data de aniversário do time. É o caso do Anderson atleticano que conheci no Twitter e me dizer que o "O Galo representa demais em  minha vida, no meu humor." Deixo aqui os parabéns à você Anderson, muitas felicidades.

 

O Galo é de todos, não cabe preconceito em um time que desde a fundação não existiu distinção de raça e muito menos sexo, caminhamos lado a lado, pois somente a UNIÃO faz um TIME FORTE. Os jogadores passarão, porém o GALO não, o GALO sempre será ETERNO.

 

Foto: Arquivo Pessoal/@elluhsilvaa


 

ObriGALO à todos que aceitaram a proposta de falar o que o Galo representa na vida de cada um, obrigado ao Mulheres em Campo, já estamos indo por 3° texto de aniversário, essa parceria deu certo. No mais espero que cada leitor ao lê sinta a emoção que é ser Galo.

 

Por Elluh Ferreira 

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.