NÃO VOU ME CALAR!

*Alerta de gatilho*

 

 

FOTO – SITE GELEDES.ORG.BR

Diante de tantos problemas que estamos vivendo, um deles ainda me deixa em um “looping” eterno de incógnitas. Primeiramente sabemos que o mundo em que habitamos é divergente, em todos os sentidos. Políticos, religiões, culturas, pensamentos, atitudes, enfim... Somos “iguais” perante Um, porém, nada iguais.

Sabemos que nesse tal mundo em que habitamos problemas como preconceitos e inferioridade são assuntos que muitas pessoas preferem não entrar, inclusive antes mesmo de pensar no que escrever para tantas pessoas que acompanham o Portal Mulheres em Campo e a minha coluna sobre o Red Bull Bragantino. “Mas em que ponto você quer chegar, Júlia?”

O ponto é um só, o respeito. O respeito por quem luta diariamente pela igualdade, o respeito por quem sabe que as diferenças e os olhares sob ELA existem, o respeito por ELA que ainda precisa saber o que vestir para não ter alguém que seja capaz de olhá-la como o lobo mau sempre viu a vovózinha.

Um texto um tanto quanto pesado, porém, tão verdadeiro quanto o que está acontecendo no futebol, no qual existem várias polêmicas afetando os times por conta de homens que infelizmente não tem a mínima noção do que fazem na vida de uma mulher. E sim, isso está refletindo a homens que abusam sexualmente, psicologicamente e que insistem na violência com palavras, socos, tapas, murros e até facas. 

Não sou acostumada a trabalhar com nomes, muito menos julgar, mas vale a reflexão. Refletir ao ato de que sempre vai ter pessoas que ainda tem coragem de dizer que é puro “intere$$e” solucionar o problema na qual foi violentada por mero ciúmes. Ainda vão ter pessoas que têm a coragem de dizer “a mulher estava completamente bêbada”. Difícil, não é mesmo? E isso são casos que são expostos. Já pararam para pensar nos casos que diariamente acontecem? Minuto a minuto?

Durante a pandemia, 44,9% dos casos de violência contra mulher aumentaram e o fato não é somente o “denuncie”. É maior que isso e só quem passa ou já passou por essa situação sabe o quanto realmente é difícil se posicionar. 

Mulheres, vocês não estão sozinhas!

Mulheres, a nossa luta permanece, e não vamos nos calar umas pelas outras!

Se impor, impor o respeito, impor o limite, impor. Aquele que nos levanta a mão não aceita a imposição, aquele que nos levanta a voz quer ser superior, aquele que nos abusa é o que nos tira a liberdade. Onde está o nosso espaço? A nossa vida? 

Um pedido a vocês: Não normalizem! Nenhum ser humano merece ter a sua vida invadida por alguém, independentemente de como.

Em busca da justiça, por mim, por nós, por todas!

Não se cale.

 

Por Júlia Palombello Fonseca

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.