NO DUELO DO PACÍFICO, A GUERRA É EM CAMPO

Chile e Peru se enfrentam nesta quarta-feira (03), às 21h30, em duelo marcado por rivalidade dentro e fora de campo, valendo a vaga na final

 

(Foto: Martin Bernetti/AFP)

 

A rivalidade do confronto

 

A Arena do Grêmio, em Porto Alegre, será o palco do duelo da semifinal da Copa América entre Chile e Peru, que possuem uma ampla história de confronto tanto dentro como fora de campo.

No extra-campo, os dois países entraram em guerra em fevereiro de 1879 quando o Peru aliou-se à Bolívia, que contendia com o Chile pelo controle de uma parte do deserto do Atacama, rico em recursos minerais e explorados pelos chilenos com capital britânico. O Chile acabou vencendo as batalhas e inclusive passou a ocupar a capital Lima. Somente em 1883, após diversos outros enfrentamentos em solo peruano, os países assinaram o Tratado de Ancón.

 

(Foto: Legis.pe)

 

Por essa razão, e pelas cicatrizes deixadas pela guerra do século passado, até hoje a relação entre peruanos e chilenos é bastante tensa, e, como o futebol é uma extensão da sociedade, essa rivalidade acaba chegando ao campo.

Desde o início do torneio, as duas seleções já se enfrentaram 19 vezes e no histórico, por pouco o Chile leva a melhor, com sete vitórias, contra seis do Peru e um empate, o que faz com que nenhuma das seleções seja verdadeiramente favorita, seguindo-se esse critério.

O que poderia desequilibrar, seria o confronto de 2015 quando as equipes se enfrentaram exatamente na mesma etapa da Copa: nas semifinais. E naquela ocasião, jogando em casa e empurrada por 45 mil torcedores, quem levou a melhor foi a “La Roja”, vencendo por 2 a 1, conseguindo a vaga na final e sagrando-se campeã naquele ano.

Sobre a rivalidade, Paolo Guerrero disse: "O Chile é o nosso rival histórico, existe uma rivalidade extra".

Mesmo com toda a tensão, o técnico do Peru Gareca manifestou respeito aos chilenos, e ao mesmo tempo confiança em sua equipe: “Vamos enfrentar uma grande seleção. Acredito na seleção peruana, na nossa capacidade, em tudo que nós fazemos. Depois se vai ou não ser suficiente, não sei. Somos fortes. O Peru é uma seleção muito forte. Independentemente dos resultados ou adversidades, somos uma seleção muito forte”

Agora a briga de Chile e Peru será com a bola no pé, valendo a vaga na final e não territórios. Ainda bem!

 

Preparação e possível escalação

Nesta terça-feira (02), a equipe chilena começou os treinamentos já às 10h30, no CT do Grêmio. Foram realizados trabalhos táticos, em grupo, jogadas ensaiadas e um “rachão” ao final para desestressar, mostrando que a La Roja está trabalhando duro para conquistar essa vaga e aproximar-se do sonho do tricampeonato.

(Foto: Twitter @LaRoja)

Seguindo a programação, às 18 horas ocorrerá a entrevista coletiva pré-jogo com o técnico Rueda e um jogador do elenco, cujo nome ainda não foi divulgado. 

Sobre o confronto o meia Arturo Vidal declarou: “O objetivo coletivo é o primeiro. O mais importante é a Seleção e esperamos terminar essa competição cumprindo o objetivo ao qual nos propusemos. Devemos fazer uma partida inteligente, melhor do que fizemos diante da Colômbia.”

 

Um provável Chile de Rueda tem:Arias, Isla, Medel, Maripán, Beausejour, Pulgar, Aránguiz, Vidal, Fuenzalida, Vargas e Alexis Sánchez.

 

#VamosChile

 

Por Daiane Luz