O triunfo da seleção dos imigrantes franceses

 

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(Foto Getty Images)

 

Vitória por 4 x 2 em cima da Croácia leva elenco a conquistar o bicampeonato mundial

 

Os Bleus comeram a cereja do bolo e fizeram o mundo ficar mais azul depois desta maravilhosa conquista, vinte anos depois. Alguns disseram que nem jogaram isso tudo e que o excesso de prudência, o que quer dizer retranca, tornou seu jogo chato, enquanto a Croácia fez uma partida bem mais combativa, mesmo tendo encarado três prorrogações. O que dizer aos que não compartilharam a alegria dos franceses e dos simpatizantes? 2022 é logo ali.

Os croatas foram gigantes em campo, sim. Disputaram com enorme garra cada palmo do gramado e pressionaram bastante. Também tiveram mais posse de bola, 61% contra 39% da França, só não souberam resolver. O time de Deschamps não pode ser menosprezado por adotar um estilo de jogo que, no fim das contas, acabou sendo eficiente para chegar ao tão sonhado título.

Ah, eles não foram brilhantes. Não. Mesmo assim fizeram quatro gols e isso comprovou que com seus movimentos inteligentes, Didier Deschamps venceu a luta tática. Como? Com paciência para administrar a fome de bola do rival e com gols. Inclusive o primeiro desestabilizou a Croácia.

Aos 17 minutos, Griezmann sofreu uma falta na ponta direita e ele mesmo foi cobrar e levantou a bola na área, onde Mandzukic cabeceou e abriu o placar para a França. Tive vontade de abraçar o croata depois disso, tendo em vista sua expressão sombria e triste. Faz parte.

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O atacante foi eleito o homem do jogo

(Foto: Getty Images)

 

Dez minutos depois veio o empate da Croácia num belíssimo gol de Perisic. Na verdade, a jogada toda foi de extrema beleza. Começou com o cruzamento de Modric para a beira da área, onde Vrsajiko subiu e escorou para o meio. Mandzukic brigou no alto com Pogba, Vida pegou a sobra e mandou a bola para Perisic desviar de Kanté e bater forte com o pé esquerdo.

Como a vida nem sempre é boa com os queridinhos, depois do gol veio uma delicada situação que reverteria o placar. Aos 33, Griezmann cobrou escanteio no primeiro poste e Matuidi tentou o desvio para o gol, só que foi Perisic quem fez o desvio e mandou a bola para o escanteio. No mesmo instante, os jogadores franceses reclamaram de um pênalti e diante disso, o árbitro argentino Nestor Pitoga ouviu as recomendações dos assistentes de vídeo e foi à beira do campo rever o lance. Dois minutos se passaram e ele marcou a penalidade máxima. Griezmann cobrou no canto direito e converteu.

Nesses 45 minutos iniciais do duelo, dois pontos interessantes que entram para a história das Copas. Pela primeira vez três gols foram feitos no primeiro tempo e o pênalti batido por Griezmann foi o sexto numa final.  

O segundo tempo foi muito disputado e as jogadas de contra-ataque surgiram desde os primeiros minutos. Aos 4, a França arrancou pela direita com Pogba que lançou para Mbappé e esse se livrou da marcação de Vida e entrou na área para bater cruzado. Foi por pouco. Muito bem colocado, Subasic impediu que a bola estufasse sua rede.

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Pogba brilhou em campo
(Foto Getty Images)

 

Deschamps fez uma substituição e tirou Kanté para a entrada de N’Zonzi, que fez boa partida e cumpriu o papel. Pogba estava em um dia iluminado e, depois de muitas tentativas, chegou aonde queria. Tudo começou com Mbappé recebendo lançamento pela lateral e subindo com sua velocidade até a linha de fundo. Ele cruzou para Griezmann que, com muita elegância, ajeitou a pelota e deixou Pogba fazer o resto. O volante encheu o pé direito em cima da zaga mas ele pegou o rebote e, desta vez, não desperdiçou. Uma pintura!

Aos 19 minutos, Mbappé de novo. Ele recebeu bola de Hernández na entrada da área e chutou rasteiro e com perfeição de fora da área. Subasic, que nem esticou o braço, aceitou. Quarto gol da França. Minutos depois, Lloris deu um vacilo e pagou caro por ele. Varane recuou a bola e o arqueiro, com Mandzukic em sua cola, não conseguiu driblar o croata. O centroavante dividiu com firmeza e mandou para dentro, desta vez a favor do seu país.

 

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Giroud, o muso, comemora

(Foto Getty Images)

 

Depois disso vieram outras substituições. O técnico croata colocou Kromaric, um atacante mais descansado em campo para, quem sabe, ver se ele conseguia ampliar o placar. Deschamps respondeu e tirou Matuidi para a entrada de Tolisso e, pouco depois Giroud deu lugar a Fekir. O francês fez seu time jogar com duas linhas de quatro, com Griezmann e Mbappé soltos na frente.  O juiz deu cinco minutos de acréscimo e nada pôde ser feito para mudar o destino da partida. França bicampeã.

Antoine Griezmann foi eleito o homem do jogo e creio que a imensa calma mostrada em campo o ajudou a administrar a pressão deste jogo tão difícil. O camisa 7 não cabia em si de tanta alegria no final do confronto.

“Nós vamos festejar. Ainda não percebi o que é. Estou muito orgulhoso desse time, os jogadores e a equipe, a equipe técnica e a equipe médica. Éramos realmente um grupo unido. Fizemos algo incrível, fizemos história e vamos aproveitar. Vamos ver nossas famílias e vamos festejar. Amanhã na França será o mesmo, vamos festejar com os franceses", declarou emocionado o atacante.

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Alegria na coletiva

(Foto Getty Images)

 

Didier Deschamps sorria como se tivesse vendo passarinhos. Na coletiva, foi recebido por seus jogadores para uma espécie de batizado da vitória, feito com muita água na cabeça. O técnico afirmou ter sido um prazer estar na Rússia. Sobre sua equipe e a conquista, ele disse:

"Eu tinha um grupo muito jovem e 14 deles estavam em uma jornada de descoberta na Copa do Mundo. Mas a qualidade estava lá. Minha maior fonte de orgulho com esse grupo é que eles conseguiram ter o estado de espírito certo para tal torneio. Eu repito o tempo todo: nunca desista, nunca desista de nada. Há imperfeições e hoje não fizemos tudo certo, mas temos as qualidades mentais e psicológicas que foram decisivas para esta Copa do Mundo”, analisou.

Um repórter perguntou se o título foi merecido:

"Então, é claro que a pergunta a ser feita é sempre: a França é uma bela campeã? Bem, somos campeões mundiais e a França estará no topo do mundo nos próximos quatro anos. É isso que precisa ser lembrado."

Falarei agora em primeira pessoa. Foi um enorme prazer cobrir uma Copa do Mundo e acompanhar diariamente esse evento onde os melhores do futebol representam e defendem suas seleções. Ser a colunista da França foi um luxo. Sempre amei o futebol deles e tenho um carinho especial por essa camisa já defendida, com pompa, por Zidane, Tigana, Thierry Henry e Platini. Gratidão a todos os leitores do nosso Blog que acompanharam a cobertura. Gratidão a todas as administradoras pelo carinho, paciência com meu preciosismo e pelo apoio fundamental ofertado. Isso não tem preço.

O céu hoje é mais azul.  Só faltou você, Benzema <3

 

Por: Carla Andrade