Semifinal com a elegância da França

Os Bleus fizeram uma partida consistente e souberam administrar a vitória por 2 x 0 em cima do Uruguai

 

Mais um confronto lindo de se ter assistido. Foi jogado do primeiro ao último minuto e disputado por duas equipes campeãs mundiais e com estilos tão diferentes. No final, falou mais alto a ponta de superioridade do time francês que cravou seu nome numa das vagas das semifinais da Copa do Mundo de 2018. Para chegar até a final precisará usar todo o seu talento para derrotar a Bélgica, que eliminou o Brasil, na próxima terça.

O duelo começou com os dois times velozes em campo e se colocando em suas devidas marcações. O elenco celeste mostrou seu estilo tático desde o início e teve mais bola no campo francês e fez a sua reposição com rapidez dentro de uma linha de 4, Nández e Torteiro na frente com Bentancur e Vecino apertando a marcação.

No entanto, a França surpreendeu e provou ser tão forte no ataque do que na defesa. Foi extremamente eficiente o trabalho feito pela zaga, com destaque para Varane que, em atuação primorosa, deu segurança ao grupo e venceu o desafio de parar o inquieto Suárez. Assim foi feito. O atacante uruguaio não recebia a bola e ficou isolado a maior parte do tempo.

 

C:\Users\Carla\Desktop\Copa do Mundo 2018 - RUSSIA\França\França x Uruguai\momento do jogo  Foto Getty Images.jpg

Varane ganhou a disputa defesa x ataque de Suárez

(Foto: Getty Images)

 

Griezmann começou aberto pela esquerda e, com o tempo recebeu a assistência especial de Giroud, com quem passou a alternar. Aos 20 minutos, Griezmann deu uma caneta em Laxalt e o deixou sentado. O mesmo jogador uruguaio, inclusive responsável pela marcação individual de Mbapé, foi obrigado a passar por alguns lances desconfortáveis.

Por volta dos 30, a França fechou e começou a troca de passes, em muitos casos burocráticos, e o rival não conseguiu sair pelas pontas. Nove minutos depois, Griezmann e Pogba fizeram tabelinha ajeitada e uma falta foi marcada e batida, com qualidade, pelo atacante. A bola apontou na direção de Varane e ele subiu e cabeceou para fazer o primeiro gol da França.

Foi emocionante até os minutos finais. Aos 44, o arqueiro Lloris defendeu uma bola dessas que te faz gritar que o ama. Perfeição de posicionamento. Final de etapa. Uma leve superioridade da seleção da França. Intervalo.

Na segunda etapa, os Bleus adotaram a estratégia de tocar a bola com tranquilidade e irritar o rival, louco por uma possibilidade de empatar. A marcação francesa dificultou a subida pelos flancos laterais. E já que falei de marcação, teve o lençol de Tolisso em cima do marcador adversário, que ficou indignado. Teve também o Laxalt louco por não conseguir marcar Mbappé. Só na falta e ele cometeu várias. Enquanto isso, a França com quase o dobro de passes 241 a 125.

 

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Griezmann e Lloris comemoram

(Foto: Getty Images)

 

Com oito minutos, Suárez afastou uma bola e Pavard resolveu arriscar do meio da rua e isolou a bola. Muita pressão até o chute de Griezmann, aos 15, que foi o frango do dia do Muslera. O atacante nem comemorou como deveria, creio que em solidariedade ao goleiro e a uma falha que selou metade da chance de virada.

Um tempinho depois, Mbappé ensinou ao Vecino o que é chapéu. Essas pequenas brincadeiras não foram bem aceitas pelo Uruguai que descontaram no rapaz. Com 21, o capitão Godin criou uma confusão totalmente desnecessária, do tipo “não sei perder”. Fato isolado que acarretou numa segunda discussão, entre Pogba e Nández. Ânimos alterados. Dois cartões amarelos e o Godin, autor do babado, não foi um deles. Seguiu o jogo. França triunfa.

Griezmann, um dos melhores em campo, era a imagem da alegria. Depois do jogo ele falou com a imprensa.

"O Uruguai é um time difícil, que me lembra o time do clube, o Atlético, onde todos trabalham duro no ataque e na defesa e eu acho um prazer assistir, porque é algo que eu vejo no dia a dia. Eu tenho muito respeito por eles. Não acho que a França tenha tido um estilo definido. Observamos o que aconteceu durante a partida e soubemos como administrar", comentou.

 

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(Foto: Getty Images)

 

O técnico Didier Deschamps também era completa euforia.

“Acho que merecemos o resultado. Jogamos contra um belo time uruguaio. Fomos melhores do que eles hoje. Eu tenho um time mais jovem, e eles já jogaram como um time antes, mas os requisitos de hoje foram ainda maiores porque os oponentes se tornam melhores à medida que você progride. Eu gosto de alcançar meus objetivos como todo mundo, mas não vejo isso de uma perspectiva pessoal. Meu orgulho está relacionado a todo o grupo e quero mencionar minha equipe técnica que me ajuda dia após dia. Não estou fazendo isso por mim mesmo, estou lá para o time", fez questão de frisar.

 

Alleuz Les Bleus

 

Por Carla Andrade