Um país apaixonado pelo futebol, mas atado ao machismo

A seleção melli, termo que significa time do povo, vem para a sua 5ª Copa do Mundo. Um país apaixonado pelo futebol, mas que ainda proíbe as mulheres de entrarem nos estádios.

 

A seleção iraniana de futebol é a representante do Irã na Copa do Mundo. Essa é a quinta vez que eles participam da competição. Nas eliminatórias para a Copa de 2018 o time sobrou, sendo a terceira seleção a conseguir a classificação, depois da Rússia e do Brasil.

 

FONTE: Trivela/UOL

 

Já na última Copa, em 2014, aqui no Brasil, a seleção ficou em último lugar em seu grupo — do qual também fazia parte a finalista Argentina — não passando para as oitavas de final.

Os torcedores iranianos chamam atenção por serem participativos e gostarem tanto de futebol. Não é atoa que o estádio Azadi, onde a seleção faz as suas partidas em casa, tem capacidade para 100 mil pessoas.

O Irã nas Copas do Mundo

O fim da década de 60 e início da de 70 foi histórico para o país que conheceu o futebol durante a primeira guerra mundial. Eles foram tricampeões da Copa da Ásia (1968, 1972, 1976). Dois anos depois, em 1978, a seleção participou da sua primeira Copa do Mundo.

 

Depois disso, por conta da Guerra com o Iraque, o futebol acabou ficando de lado e o país desistiu de uma eliminatória (1982) e depois se recusou a participar (1986) dentro das condições da FIFA: campo neutro como medida de segurança, de acordo com a instituição.

 

Em 1990 e 1994, eles voltaram a tentar a classificação nas eliminatórias, porém, não conseguiram, muito pelas consequências que ainda carregavam da guerra, já que a liga no país só voltou a se restabelecer em 1989.

 

Em 1998, o Irã voltou para a Copa depois de passar pela repescagem, fazendo história na partida contra os Estados Unidos, quando os jogadores tiraram a foto do jogo juntos, além de trocarem flores e abraços.

 

FOTO: FIFA MUSEUM ©Imago/Sven Simon

 

As outras participações do Irã foram em 2006 e 2014. O destaque para 2006 fica pela classificação rápida da seleção que causou muita comemoração dos torcedores, mesmo assim, acabaram eliminados na primeira fase.

 

Em 2014, eles chamaram a atenção por segurarem o 0 a 0 contra a Argentina até, literalmente, o último minuto de jogo, quando Messi marcou o gol dos hermanos.

Protestos nas eliminatórias para a Copa de 2010

O Irã não se classificou para a Copa de 2010, mas um ato dos jogadores durante as eliminatórias, marcou mais uma vez a história da seleção.

 

FOTO: Agência/Reuters

 

 

Alguns jogadores entraram em campo com faixas verdes nos pulsos. Aí você pode se perguntar: mas isso não tem a ver com as cores da bandeira do país? E é aí que está a importância do simbólico.

 

As pulseiras foram um protesto político silencioso em relação a vitória de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições do país. A cor verde representa o Islã, oposição ao governo vencedor.

 

Ah, mas é só uma pulseira! Não! Isso foi o suficiente para o governo iraniano banir os jogadores, apesar da confederação iraniana negar que esse tenha sido o motivo.

Mais polêmica: agora em 2017!

 

Quando o Irã anunciou, no dia 14 de maio, os pré convocados para a Copa, dois nome chamaram a atenção: Masoud Shojaei e Ehsan Hajsafi. Isso porque, eles quase chegaram a ser banidos em 2017 por enfrentarem um time Israelense pelo time grego do qual jogavam.

 

Mesmo tendo participado apenas do jogo em casa, eles receberam muitas críticas. Até mesmo o ministro de esportes iranianos chegou a reforçar a ameaça. Jogadores importantes para a seleção, a confederação contornou a situação e os nomes, como vimos, aparecem na pré-lista.

O grupo do Irã na Copa do Mundo de 2018

Irã

Marrocos

Espanha

Portugal

Jogos do Irã na primeira fase da Copa do Mundo de 2018

 

15/06/2018

12:00

Irã

x

Marrocos

20/06/2018

15:00

Irã

x

Espanha

25/06/2018

15:00

Irã

x

Portugal

A pré-convocação do Irã para a Copa da Rússia

 

FOTO: iG Esporte

 

Os pré-convocados para jogarem na Rússia em 2018 já foram anunciados. Confira os 35 nomes da chamados pelo técnico português Carlos Queiroz:

 

Goleiros:

Defensores:

Meio-campistas:

Atacantes:

Alireza Beiranvand (Persepolis)


Seyed Hossein Hosseini (Esteghlal)


Rashid Mazaheri (Zob Ahan)


Amir Abedzadeh (Maritimo/POR)

Ramin Rezaeian (Ostende/BEL)


Voria Ghafouri (Esteghlal)


Steven Beitashour (Los Angeles FC/EUA)

 

Seyed Jalal Hosseini (Persepolis)


Mohammad Reza Khanzadeh (Padideh)


Morteza Pouraliganji (Alsaad/CAT)


Mohammad Ansari (Persepolis)


Pejman Montazeri (Esteghlal)


Seyed Majid Hosseini (Esteghlal)


Milad Mohammadi (Akhmat Grozny/RUS)


Omid Nourafkan (Esteghlal)


Saeid AGhaei (Sepahan)


Roozbeh Cheshmi (Esteghlal)

Saeid Ezatolahi (Amkar Perm/RUS)


Masoud Shojaei (AEK Athens/GRE)


Ahmad Abdolahzadeh (Foolad)


Saman Ghoddos (Ostersunds/SUE)


Mahdi Torabi (Saipa)


Ashkan Dejagah (Notthingham Forest/ING)


Omid Ebrahimi (Esteghlal)


Ehsan Hajsafi (Olympiacos/GRE)


Ali Karimi (Sepahan)


Soroush Rafiei (Al-khor/CAT)


Ali Gholizadeh (Saipa)


Vahid Amiri (Persepolis)

Alireza Jahanbakhsh (AZ Alkmaar/HOL)


Karim Ansarifard (Olympiacos/GRE)


Mahdi Taremi (Al-Gharafa/CAT)


Sardar Azmoun (Rubin Kazan/RUS)


Reza Ghoochannejhad (Heerenveen/HOL)


Kaveh Rezaei (Charleroi/BEL)


 

FONTE: Esporte - iG

MULHER E FUTEBOL NO IRÃ

 

Estamos aqui no mulheres em campo, mais de 50 mulheres escrevendo sobre futebol, falando sobre os jogos, participando de debates e presentes na arquibancada de norte a sul do Brasil.

 

Quando escolhemos quem falaria de qual país, logo pensei, vou pegar o Brasil, falar do que as mulheres passam por aqui dentro do estádio e do machismo que precisamos enfrentar para ter espaço nesse meio que muitos fazem parecer espaço para homens. Até que me deparo com o Irã!

 

Uma simples pesquisa no Google e:

Irã prende duas mulheres que tentavam assistir a jogo de futebol (Globo.com)

Cinco mulheres iranianas vestem-se de homens para assistir a um jogo de futebol (Observatórioracialfutebol.com)

Como o futebol está mudando a vida de mulheres no Irã (Bbc.com)

Mulheres poderão ir aos estádios de futebol no Irã, garante presidente da Fifa (Gazetadopovo.com)

A luta das mulheres iranianas pelo direito de frequentar estádios (hypeness.com)

 

Desde a Revolução Iraniana, em 1979, as mulheres são proibidas de frequentar estádios de futebol. Porém, esse silenciamento tende a acabar, é cada vez mais evidente a luta dessas mulheres.

 

Recentemente, 5 mulheres chamaram a atenção da mídia internacional para a situação delas no país quando o assunto é futebol. Elas se vestiram de homens para acompanhar o time do coração de perto.

 

FOTO: reprodução

 

O presidente da FIFA estava na partida e reafirmou que o presidente iraniano prometeu fazer planos para revogar essa lei.

 

Assim, como aconteceu no caso do futebol feminino que em 2015 ganhou força e conseguiu espaço na confederação. Mesmo assim, algumas barreiras ainda foram e são enfrentadas por elas, que em 2011 foram eliminadas das Olimpíadas por entrarem para o jogo usando o tradicional véu islâmico, proibido pela FIFA que alegou questões de segurança.

 

Esse é só o começo de mais uma história que vem sendo escrita pelas mulheres pelo mundo. E não vamos parar, porque lugar de mulher é onde ela quiser!

 

PELAS MULHERES NO FUTEBOL.

Por Anna Gabriela.